08/06/2013

FÁBRICA DA TRIPA

(1937) "Soc. Prod. Óleos e Farinhas de Peixe, Lda."
(Instituto Português de Conservas de Peixe)


(1937) A 5 de Janeiro, o "I.P.C.P." fez inaugurar solenemente a Fábrica de Farinhas de Peixe que, de harmonia com os industriais das conservas, havia instalado em Matosinhos.

Do primeiro concelho de administração fizeram parte o Sr. Eurico Felgueiras, Afonso Barbosa e Dr. Fernando Matos. Apesar da cerimónia de inauguração, a caldeira a vapor acendeu-se pela primeira vez a 11 de Novembro de 1936. Nos primeiros anos de produção apenas nove fábricas forneceram os seus detritos. Apesar de tudo, esta unidade estava muito bem equipada e tecnicamente bem dirigida.

As condições higiénicas das fábricas de conservas foram melhoradas por terem deixado de trabalhar os seus resíduos nas próprias instalações.

Nos últimos anos da década de 80, um dos inconvenientes era o mau cheiro, desagradável que incensava grande parte da cidade e assim, teve de ser encerrada.

(2013) O património foi demolido, deu lugar a habitações de luxo.
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FESTAS SENHORA DA HORA

A Senhora da Hora, depois de ter sido elevada á categoria da Freguesia, viu difundir-se extraordinariamente a devoção à sua padroeira, cuja reputação ultrapassou as próprias fronteiras e das terras mais distantes do país ocorriam inumeráveis peregrinos à ermida para deporem aos pés da Virgem dos Milagres as ofertas prometidas em horas aflitivas. No aprazível recinto fronteiro à Capela, os vendedores e feirantes erguiam as suas improvisadas tendas e os donos dos engenhos recreativos estendiam as suas máquinas de diversão, cavalinhos, aviões, carroceis etc., que alegravam os romeiros. As moças, por sua vez, bebiam a água "milagrosa" da Fonte das Sete Bicas, que tem um caudal com uma pujança assombrosa mas sem virtude alguma, ficando convictas de que isso lhes garantiria para breve o almejado matrimónio. A referida fonte foi construída no ano de 1893, sem quaisquer características arquitetónicas que mereçam especial referência, onde tem esculpido, em baixo relevo, os seguintes dizeres:

"1893 Aqui apareceo Nossa Senhora da Ora louvado seja o Santíssimo Sacramento"

Por sua vez as mães, no dia da festa, no momento da elevação das hóstias e cálice da missa, davam a beber aos seus filhos pequenos, um "remédio", de fabrico caseiro, com a suposta virtude de os imunizar das maleitas da epilepsia ou da gota. No final da cerimónia e depois de darem três voltas á capela, os familiares da crianças e a maioria dos romeiros iam, felizes, com a cesta do farnel expandir a sua alegria e "matar a fome" provocada por tão longa jornada, levando no seu espírito folgazão a vontade de voltar no ano seguinte. Nos dias de hoje e desde há uns anos atrás, a romaria da Senhora da Hora deixou de ter o brilhantismo de outrora caindo em profundo desuso por parte dos romeiros que todos os anos a visitaram dando-lhe enorme vivacidade e grande brilhantismo, o que nos leva a pensar que dentro de alguns anos, a continuar o desinteresse e a desmotivação, esta apenas se limitará às festividades religiosas em honra da padroeira, pelo que se perderá, irremediavelmente, toda a tradição de grande romaria. A falta de espaço físico para a montagem das diversões, a inexistência de raiz da nova população, os enormes encargos financeiros com a sua realização, a proximidade de data com inicio das festas ao Senhor de Matosinhos e o desinteresse dos agentes económicos e dos habituais promotores das festividades, são as causas mais directas que inviabilizam a realização de uma festa digna e que outrora tanto prestígio teve.
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