06/10/2014

JAKOB MAERSK

O petroleiro "Jacob Maersk", durante manobras no Porto de Leixões, perdeu potência e encalhou. Após a entrada de água nos tanques começou a expulsar, a partir do tanque de ventilação, combustível para o ventilador da sala de máquinas. Os vapores deram origem a uma enorme explosão que iniciou o incêndio. De um grupo total de 46 pessoas, 7 pessoas morreram e 6 nunca foram encontradas, tendo ficado presas na sala de máquinas, em 29 de Janeiro de 1975.
.



25/09/2014

OS POPULARES SRA.HORA

(1986) "Os Populares da Senhora Hora"
(António Pinto Santos)


Um grupo de 10 amigos, decidiu fundar a Comissão de Festas Sanjoaninas, denominada por "Os Populares da Senhora da Hora". O centro das festas situou-se entre a Avda.Fabril do Norte e a Rua do Sobreiro, na Senhora da Hora, local de residência de vários elementos da comissão. Com ajuda voluntária de outras pessoas, conseguiram montar um palco para as festividades e um edifício de apoio (refeitório) para alimentação com comida regional. O "Restaurante a Floresta" (ainda em funcionamento!) serviu como sede da Comissão de Festas. Durante o mês de Junho (Sextas, Sábados e Domingos) celebraram as festas sanjoaninas, abrilhantados pelo conjunto musical "Mosaico", entre outros convidados musicais, como o Rancho Típico de Esposade, Banda Filarmónica de Argoncilhe, Grupo Cavaquinhos de Braga, Grupo Bombeiros Voluntários Fafe, etc.

(1987) Depois do sucesso e saldo positivo, do primeiro ano, resolveram continuar a animar as pessoas da Senhora de Hora (e não só!), com a sua simpatia, dedicação, alegria e contagiante boa disposição! O edifício para a alimentação recebeu melhorias. Uma nova decoração! O palco recebeu novos equipamentos, e os convidados musicais também estiveram à altura. Inclusive houve fogo-de-artifício! Apesar do intenso trabalho de preparação e logística, os elementos da Comissão de Festas, não esmoreceram e deram sempre o seu melhor em prol das pessoas da comunidade local. Para recompensar o esforço de todos os colaboradores e respectivas famílias, no final do mês, organizaram um passeio-convívio.

(1988) Quando se preparavam para celebrar o seu terceiro ano de actividade, receberam, por carta, uma indicação (da C.P.) que as habitações circundantes seriam demolidas, devido à preparação para a chegada do Metro do Porto, e que perante tais condições, não seria possível continuar a celebrar as festividades naquele local. Com grande tristeza e mágoa, os membros da Comissão de Festas, resolveram não procurar um outro local e, como tal, encerrar a Comissão de Festas e respectivas festividades.

(2001) Os membros da Comissão, foram contactados pelo Sport Clube Senhora da Hora, presidido pelo Sr.Vasco Carvalho (ex-patrocinador da Comissão de Festas), a dar conta das enormes dificuldades financeiras que o clube atravessava. Inclusive com proibição à inscrição de jogadores. Sempre com o objectivo de ajudar as pessoas da "terra", os membros da Comissão de Festas, reuniram e resolveram oferecer o montante disponível, em conta bancária, que rendia juros desde o encerramento. Foram, na altura, entregues ao Clube de Futebol, cerca de 2.500,00 euros.
.



28/07/2014

UM TEXTO MARCANTE

"Em Matosinhos, nos últimos anos, parece tudo ruir. Foi com esta frase que um jovem, quadro de Matosinhos, abriu, há dias, a sua página no Facebook. Analisada bem a situação ela transmite um estado de espírito. A realidade infelizmente corresponde e só um discurso, bem elaborado, mas muito longe do ambiente que respiramos, consegue disfarçar esta cruel situação. Matosinhos tem perdido quase tudo.

Perdeu emprego. "Perde" os quadros jovens que abandonam a sua terra à procura de emprego. As famílias a endividam-se. A pesca esvazia-se. Matosinhos-Sul perverte-se. O Leixões, mas também o Leça e o Infesta, correm sérios riscos. Perdeu-se Serralves, o museu das conservas, o museu da cidade, o centro de ciências do mar, o museu de arquitectura. Até o Centro de Arte Moderna Geraldo Rueda, inaugurado, com pompa e circunstância, por Passos Coelho e José Maria Aznar, não resistiu mais que dois anos e também se perdeu.

Agora Matosinhos está perto de perder o respeito e a afectividade de Siza Vieira e um dos preciosos acervos artísticos e técnicos. Tal como acontece com talentosos jovens quadros de Matosinhos que "fogem" para o estrangeiro à procura de trabalho que não encontram na sua terra, também o espólio pessoal e técnico do "arquitecto do mundo", Siza Vieira, poderá ir para outros lados.

Perdeu-se o espólio de Alcino Soutinho e Fernando Távora que seguiu para a Fundação Marques da Silva, da Universidade do Porto, com os Herdeiros a transmitirem "desencanto" e "tristes" com "a Câmara e atitudes do presidente". Os contratos assinados, com cerca 15 arquitectos, para a doação de espólios caducou e nada foi feito. O museu de arquitectura, nos últimos dez anos, apenas mudou de nome. Deixou de ser museu para ser casa de arquitectura e está praticamente colocado no "arquivo morto".

Em 25 de Junho de 2009, "para o número 582 da Rua Roberto Ivens, em Matosinhos, confluem alguns dos mais emblemáticos arquitectos do País, designadamente Siza, Souto Moura, Soutinho, entre outros, governantes do Governo de Sócrates, designadamente, o ex-ministro da Cultura, Pinto Ribeiro e os autarcas, todos os autarcas, na altura eleitos pelo PS agora todos contra o PS. O trânsito fica interrompido, filas de carros de alta gama, chamavam à atenção. Era a inauguração do Centro de Documentação Siza Vieira na antiga residência do arquitecto. Foi uma festa. Segundo reportagem da Visão "...esta seria a sede provisória e embrião da futura Fundação Casa da Arquitectura, a edificar numa encosta do concelho, em terrenos cedidos pela APDL, sob projecto do próprio Siza. O edifício teria, anunciara-se, 11 mil metros quadrados, incluindo biblioteca, sala de conferências, auditório, gabinete de estudo e manutenção de espólio, área expositiva,arquivo, cafetaria e parque de estacionamento, na maioria áreas públicas divididas por oito pisos. Grandioso? Sim. Era tudo grandioso. Governo Sócrates e Câmara não faziam por menos. Sim tudo grandioso, mas apenas nos discursos. No início, admitira-se um "custo de 20 milhões de euros, com recursos a fundos comunitários, mas as coisas não iriam passar-se exactamente assim."

Bom demais, não acham?? Havia mais. "Quinze arquitectos assinam, na ocasião, um protocolo com a autarquia, no qual manifestam intenção de ceder os respectivos espólios à futura Associação..." Siza emocionou-se e manifesta uma grande alegria por ser dado o "primeiro passo para o arranque da casa da arquitectura" que antes era Museu. Ficou entusiasmado. Viajou, para se inspirar, por importantes museus de arquitectura do mundo, Moscovo, Frankfurt, Roterdão e Montreal. Tudo Museus, mas em Matosinhos, para se marcar a diferença, chamar-se-ia Casa de Arquitectura. Em 2011, Siza, apresentou o projecto e maqueta a outra ministra de Sócrates (ministra da cultura Gabriela Canavilhas).

Álvaro Siza Vieira sempre considerou que "a Casa de Arquitectura é algo necessário para não se perder o arquivo arquitectónico nacional". O Governo de Sócrates foi mais longe ao afirmar "... A Casa da Arquitectura é um tributo aos grandes arquitectos que nasceram no norte e que emprestaram o seu nome ao prestígio que Portugal granjeia do ponto de vista internacional." Tudo muito bonito. Bons discursos, mas, como se lê na Visão, ainda não havia casa. Nem museu. Nem sequer primeira pedra. Nada. Só sombras. Discursos. Promessas. Exercício da "ciência" da ficção. "Não tinha passado dois anos sobre aquele final de tarde promissor, no dia dos 76 anos de Siza, e já os custos estimados, pela autarquia, para a obra tinha mais do que duplicado." Passados cinco anos, nem 20, nem 43 milhões. Nada. Mesmo nada. Existem notícias, papel, discursos, mais discursos, promessas, muitas promessas, com outras tantas ilusões. Um autentico exercício de ficção. Tal como a delegação de Serralves, o museu das conservas, o museu da cidade, o Centro de Arte Moderna Geraldo Rueda, também o museu ou casa (como queiram) de Arquitectura, ficará para a história como um "museu de papel no arquivo morto" para os nossos filhos e netos tentarem saber como é isto possível acontecer. Um dia ainda vou ouvir um discurso onde se afirma: "se A. Costa ganhar teremos museu". Perante tanta evidência e factos inequívocos começamos a perceber o alcance da frase da autoria de um quadro jovem Matosinhense quando, de forma expressiva, escreveu na página do Facebook: "Em Matosinhos, nos últimos anos, parece tudo ruir..."

(NARCISO MIRANDA, in "Jornal Matosinhos"
.


12/04/2014

RUA BRITO CAPELO

O estado de uma das principais artérias de Matosinhos é hoje o reflexo da situação actual do próprio concelho. Esquecido, abandonado, vandalizado, moribundo! O passar dos anos foi devastador para esta zona comercial, outrora cheia de vitalidade e movimento! As constantes alterações, impostas em nome do comércio, não surtiram efeito acabando por afastar as pessoas e encerrar as principais lojas. Comparada à Rua Sta.Catarina, não conseguiu igualar o seu esplendor. Nunca se conseguiu decidir, com clareza e objectividade, o rumo a traçar, tendo em vista o sucesso comercial. Culpados? Penso que neste momento será um tema pouco relevante... o mal está feito! Grande parte das lojas encerrou definitivamente! Mais investimento? O panorama actual não é o melhor para conseguir atrair novas lojas e mais investimento. A inércia das forças da polícia, o desrespeito dos condutores pela sinalização, o estacionamento selvagem, os actos de vandalismo, o comércio de rua ilegal, o péssimo estado do pavimento, a iluminação pública provisória há 10 anos, entre outros... Agora, tenta-se (desesperadamente) revitalizar o comércio recorrendo a modas estrangeiras com o "modus operandi" português...

2014) A 12 de Abril decorreu o "Flea Market in Matosas". Uma pequena feira, de artigos usados à procura de um novo dono! Uma actividade que necessita de um amplo espaço de circulação para peões, carrinhos de bebé e pessoas de mobilidade reduzida! No entanto, a rua é dividida pela via-férrea central destinada ao Metro, cuja empresa responsável pela circulação não foi avisada. Rapidamente a rua ficou apinhada com pessoas, que ignoraram por completo os veículos que circulavam no respectivo canal. De nada serviram os avisos sonoros em virtude do volume da música instalada na rua! Continua a existir um elevado grau de negligência ao nível da prevenção e segurança...
.



GRUA TITÃN

Nem todas as memórias são felizes. Muitas vezes a realidade é cruel e dolorosa. Deixa marcas! E um sentimento de revolta interior quando há perda de vidas humanas. E mais revoltante se torna quando se chega à conclusão que se podia (e devia!) ter feito mais ao nível da prevenção e segurança! Mas neste país, os valores monetários ainda são mais importantes que os valores humanos!

(2012) Um trabalhador morreu, a 12 de Abril, num incêndio, precedido de uma grande explosão, que deflagrou no molhe Sul do Porto de Leixões, em Matosinhos. O acidente provocou ainda um ferido grave, já transportado para o Hospital S.João, no Porto, e um número indeterminado de feridos ligeiros. O incêndio teve origem na queda de uma peça do guindaste titãn, que estava a ser desmantelado desde o dia 3, sobre o “pipeline” que liga o local de atracagem dos petroleiros a um depósito de armazenamento de combustível da Repsol. O combustível nas condutas não estava cortado enquanto se efectuavam os trabalhos com maquinaria pesada, com faíscas de rebarbadora e calor de maçarico. Uma faísca terá provocado a explosão e consequente incêndio. Uma grua que apoiava a desmontagem do Titã, uma enorme estrutura de arqueologia industrial que a administração portuária decidiu recuperar e mudar de local de implantação, terá também tombado. O local do acidente é referido pela Protecção Civil nacional como Doca 1, uma zona onde decorrem também as obras de construção do edifício de acolhimento do novo terminal de cruzeiros de Leixões.
.



07/04/2014

FESTAS SENHOR DOS PASSOS

A procissão do Senhor dos Passos realiza-se no 5º domingo de Quaresma. Parte da Igreja Matriz de Leça da Palmeira e evoca a condenação de Jesus. Em percursos diferentes saem os andores com as imagens do Senhor dos Passos e da Nossa Senhora da Soledad, a que se juntam outras figuras bíblicas, encontrando-se na pequena jóia que é a Capela do Corpo Santo, onde decorrem as cerimónias religiosas. Momento de intensa religiosidade, é marcado pela condenação de Jesus, facto assinalado pelos fatos e laços pretos dos membros da Confraria, sinal do pesar que perpassa aquelas almas e as de milhares de pessoas que se apinham nas ruas, janelas e varandas do percurso. Reza a lenda que os leceiros “guardam o Sol na arca” para este dia tão especial.
.

 


FESTAS SÃO BRÁS

A festa do S. Brás ocorre na freguesia de Santa Cruz do Bispo em honra de S. Brás e de Nossa Senhora do Livramento. Celebra-se no 1º Domingo após o dia 2 de Fevereiro e tem o seu apogeu numa procissão que sai da Igreja Matriz de Santa Cruz do Bispo até ao Monte de S. Brás, onde está a capela do Santo. Há missa campal de manhã e os romeiros compram utilidades e recordações, saciam a fome e a sede nas tradicionais barraquinhas ou juntam-se na mata envolvente para alegres piqueniques. Porém, disfarçadamente, as raparigas casadouras pedem ao Homem da Maça que interfira para casarem depressa.
.

 


02/04/2014

A.P.D.L. (terminal contentores)

(2011) Tem início o plano de investimento em construção e expropriação de terrenos para o novo terminal de contentores do Porto de Leixões.

(2013) O governo ainda “encara” a possibilidade de lançar o concurso público para o início da construção, apesar das casas já expropriadas.

(2014) O início da construção. Contudo, no mês de Março, as obras estiveram suspensas devido à descoberta de ossadas nas escavações da obra. Uma equipa de arqueólogos analisou o local e o respectivo achado, não tendo encontrado valor histórico significativo. As obras prosseguiram…
.


01/04/2014

PARQUE DIVERSÕES RAF PARK

“Um parque de diversões situado na cidade de Matosinhos, com várias áreas de entretenimento: infantil, radical, feira popular, aquática e praça alimentar. Proporciona divertimento a crianças e adultos disponibilizando pacotes de actividades para grupos e famílias”

(2012) Inaugurado a 15 de junho e de portas abertas desde o dia 26 do mesmo mês, o Raf park fechou inesperadamente menos de 4 meses após a abertura, tendo na altura a administração alegado estar em “obras de manutenção” e garantindo estar já previsto o encerramento do parque radical durante o Inverno. A exploração da estrutura estava então a cargo da “Ritmolândia”, uma empresa do grupo “Fielinvest”, com sede em Penafiel.

No âmbito dos “esforços” desenvolvidos “para encontrar novo promotor”, a autarquia diz ter feito “abordagens” à empresa espanhola “Obras Y Reformas el Castor, SL”, proprietária de “Sociedades Madrilena de Atracciones, SA” marca “Mundial Park”, que demonstrou interesse e capacidade de instalar um parque de diversões tipo feira popular no referido espaço, reabrindo o parque em meados de Agosto.
(JORNAL PORTO 24, 2013.07.29)

(2013) O património encontra-se devoluto e abandonado.
.



CENTRO HÍPICO MATOSINHOS

“Com a presença de elevado número de cavaleiros, o concurso de saltos nacional foi disputado com o maior entusiasmo em Matosinhos, no excelente hipódromo de Leça da Palmeira. Com provas para cavaleiros juvenis e juniores que se portaram como verdadeiros mestres e para cavalos das mais diversas categorias, o concurso de saltos nacional entusiasmou uma assistência numerosa e interessada. Bem organizado pelo Clube Hípico do Porto, o programa preencheu três dias e agradou, plenamente, aos amantes da nobre arte de cavalgar em toda a sela.”
.



ALMIRANTE AMÉRICO TOMÁS

“Saído de Lisboa, no Império, deslocou-se ao Norte, para presidir a várias cerimónias, com evidência nas programadas em Matosinhos, o Sr. Almirante Américo Tomás. Ao encontro do navio, partiram para o mar, cerca de duas centenas de traineiras. Foi com esta escolta que o paquete entrou no Porto de Leixões, saudado pelas sirenes das embarcações embandeiradas em arco. Recepção própria, da gente do mar, prestada ao marinheiro eleito para a chefia do Estado teve espectaculosidade impressionante. O povo do concelho associou-se, ao acto festivo, juntamente com as autoridades que no cais apresentaram cumprimentos ao visitante. Houve a saudação regulamentar, ao Supremo Magistrado da Nação, seguida do desfile da Guarda de Honra. O presidente Américo Tomás dirigiu-se para a tribuna erguida no novo cais do Norte sob uma verdadeira chuva de flores. Presidiu a uma sessão solene e falou das principais complicações para referir a magnitude do apetrechamento do Porto de Leixões. Usou da palavra para salientar a comitiva eminentemente nacional de Salazar, que tornou possíveis empreendimentos de vulto, e depois condecorou com vários graus da Ordem do Infante, os engenheiros Henrique Schreck, Pullman e Almeida Cunha Leal. No fim da sessão desterrou uma lápide de granito num dos pilares da Ponte Norte após ter assistido ao desfile dos veículos do Porto.”
.